segunda-feira, 22 de março de 2010

a vida , a caixa de pandora e a caixa de surpresas.

Se estou num hospital, o tempo lá fora passa devagar. Estou tão concentrada em te dar todo meu amor, toda minha energia, que esqueço que, na avenida paulista há uma cidade cheia de carros confusos, girando, abandonados em meio a escuridão da noite. Tão abandonados quanto eu, sozinha num corredor , esperando o resultado de seus exames. Pedindo outra vez que Deus seja generoso, ele nunca falha comigo. Ainda Bem. E por isso que me dôo, rezo e aguardo. Sim, pois se tem algo que a doença nos ensina é a paciência, tolerância e a resignação. Tudo o que não é o meu pai , hoje, pouco me interessa.
Meu amor esta todo voltado para ele, só ele.
E quando estou aqui, me pergunto aonde estive esse tempo todo. Como ousei me distrair e esquecer que sim , a Vida também e feita disso. Fico pensando quantas vezes sai vitoriosa deste hospital, com ele ao meu lado. Sinto-me quase ingrata por pedir outra bênção. Mas trata-se do meu pai, e não há como não pedir mais uma vez por ele.
Estávamos os dois h'a cinco minutos lendo mitologia grega :A imortalidade dos Deuses. E quando abre- se a caixa de pandora e todas as doenças se espalham, o que sobra e a esperança. Esse é o meu deus, imortal, a esperança. E nela que confio, e a ela que sempre entreguei o coração de meu pai.Mas agora aqui ao meu lado ele dorme. E ronca.

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