Um belo dia ele me disse "Mamãe , está doendo a minha bahiga".
Apontou a barriguinha e eu comecei a fazer massagem. Logo ele dormiu. Que alivio, pensei.
A verdade é que até então eu tinha que adivinhar as suas dores.
Quando ele me disse o que doía, minha cabeça parou de doer.
Como mãe recém nascida eu vivia numa tentativa e erro constante. Guiada pelo meu faro de mãe, tentava as vezes com muita pressa sanar o desconforto do meu pequeno. Ia meio ás cegas , guiada pelo coração. E as vezes as emoções brigam com o senso prático. Quem é mãe sabe disso.
Sabe o que é tentar adivinhar o que o choro quer dizer, se era fome , se era fralda , se era colo .Por vezes eu conseguia.
As mães sabem que sorte é quando um filho aprende a nomear sua dor com palavras. O instinto materno funciona, mas nossa ansiedade em fazer um filho parar de chorar ás vezes se mistura com a dor deles e a coisa fica de uma dimensão gigante.
Pensando bem , é um grande aprendizado pedir ajuda, contar com alguém, ser reconhecido e ser amparado. Mas quem nos ampara são os nossos filhos, quando agradecidos se aninham em nosso colo e confortavelmente, adormecem depois de receber um beijo de mãe.
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