INDIGNAÇÃO X PUREZA
O livro novo do Philippe Roth é um soco no estômago.
Nos coloca de frente a uma questão que há muito me absorve.
A violência da inocência. Até rimam as duas palavras, embora soem internamente de forma tão diferente.
Ao pensar em inocência somos remetidos á algo puro, a inocência branca, leve, doce, transparente até.
Mas a história de Marcus reflete perigos da mesma.O jovem acredita no que vê e no que sente, achando que assim está nutrido de armas contra o mal.Logo que entra na Universidade se vê marionete de terceiro anistas malandros, um diretor manipulador, e uma moça absolutamente despreparada para lidar com afetos. O trágico destino do personagem está lançado nessa tríade fatal. E o a guerra da Coréia serve como pano de fundo da tragédia do pobre moço. Será que se ele continuasse vivo não estaria morto no meio de tanta hipocrisia Universitária? Afinal, para sobreviver no Campus era necessário se mascarar de perverso- Como muitos ali faziam. Ele , judeu bem criado pela mãe amorosa e o pai açogueiro, se vê sufocado e sem saída se não alistar-se na guerra.
O livro me lebrou um momento triste de abertura de testamento na minha família.Eu, jovem de 20 anos querendo apartar a briga familiar e achando que ´só o amor constrói´ fui obrigada a ver gente muito querida se transformar em desconhecidos. Mas eu era muito nova e não sabia que nem sempre o amor constrói, ás vezes ele nos destrói.
O que a maturidade ensina é triste : Acreditar piamente no outro é se doar demais. E o outro, nem sempre trata com a mesma pureza nossos sentimentos, interpretando-os ao seu bel prazer.
É o outro que está errado ou nós por termos sido tão inteiros?
Marcus se defende sendo puro e não perecbe o quanto sua pureza é violentamente combatida por interpretações cruéis e humanas. Bom, mas é exigir muito de gente.. E bem dizia ex meu chefe " Gente é gente, quem dise que dá para confiar em gente?". Mas ele me dizia isso enquanto eu era estagiária e acreditava piamente em muitas outras coisas ....
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